Síndrome opercular
com sintomatologia maniforme: relato de caso
Morikawa M
1, Spolon M
1, Stravogiannis A
1, Cruz CA
1, Boarati MA1, Fu-I L 1
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Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência (Sepia) do Departamento e
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (IPq-HC-FMUSP)
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Introdução: A
síndrome opercular, ou disgenesia perisylviana, engloba uma variedade de
manifestações clínicas: epilepsia, déficit motor, sinais pseudobulbares,
dissociação automático-voluntário (abolição de movimentos voluntários enquanto
os reflexos estão preservados), disartria, incoordenação na deglutição, retardo
mental e manifestações psiquiátricas. É caracterizada pela malformação ou lesão
na região perisylviana (em geral polimicrogiria).
Relato de
Caso: LCS, 9 anos, inquieta desde o primeiro ano, levada para
tratamento aos 3 anos, em razão de agitação psicomotora, diminuição persistente
do sono, pouco apetite e pouca aceitação social pela inquietação. Na escola, a
sintomatologia ficou mais evidente, com desinibição e inadequação, dificuldade
de aprendizado, impulsividade e agressividade. Mudou três vezes de escola.
Chegou para atendimento no Sepia tendo feito uso de: clonazepam, amitriptilina,
valproato, oxcarbazepina, carbamazepina, metilfenidato e risperidona, sem
benefício. Realizada internação diagnóstica, e depois de RNM de crânio sugestiva
e avaliação da neurologia, foi aventada a hipótese de síndrome opercular.
Estabilização do quadro com lítio e olanzapina, com melhora significativa.
Conclusão: A
literatura existente sobre as manifestações comportamentais da síndrome em
questão é frustrante. O caso apresentava quadro francamente maniforme, sem
antecedentes familiares de transtorno de humor. Como a síndrome também é pouco
conhecida no meio psiquiátrico, espera-se despertar o interesse científico no
estudo e o manejo desta entidade.
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